quarta-feira, 19 de agosto de 2015

50 tons de cinza (ou uma decepção completa)

Oi gente! Após um longo tempo sem postar resenhas aqui no blog, estou de volta! Infelizmente, esta não é uma resenha feliz...
Por onde começo? Bem, eu nunca cheguei ao ponto de detestar um livro e, com certeza, nunca cheguei ao ponto de detestar tanto ao ponto de lê-lo até o fim só para fazer a minha primeira resenha criticando um. Mas, aí vou eu.

Foi o BDSM que me incomodou? Não. Foi o fato de ela ser [SPOILER] virgem? Não. Foi o fato de em todos os livros eróticos atualmente colocarem o homem como um deus perfeito e sexy e a mulher como alguém com baixíssima autoconfiança? Também não. Essas são coisas que eu já esperava ao ler este livro.


O que me incomodou foi o completo retardo mental de Anastásia Steele. Uma menina, porque o termo mulher não pode ser aplicado à ela, que no auge de seus 21 anos não tem maturidade suficiente de tomar decisões ou de se impor em um relacionamento, por mais conturbado que seja.

Sinceramente,  desde o primeiro capítulo do livro eu tomei uma antipatia pelo modo de ser de Ana, que só pode ser caracterizado como o de uma menina de 13 anos de idade frente ao seu ídolo de uma boyband. Não havia um parágrafo sequer em que ela não suspirasse e dissesse: "Oh! Ele é o mestre do universo!" ou "Oh meu Deus! Ele é tão lindo e maravilhoso e perfeito que não consigo respirar na minha própria insignificância e ingenuidade!". Gente, como pode uma autora criar uma personagem assim?

Ok, ela é virgem, mas aos 21 anos ela não deveria agir como uma adolescente ou como se nunca tivesse visto uma cara bonito na vida. Ainda por cima, como se não pudesse ficar pior, vez ou outra ela entra em devaneios com uma "deusa interior", sério? Eu esperava um livro sexy, mais maduro. Certamente, não esperava ter que ler os pensamentos de uma mulher com mente púbere.

A escrita não é bem elaborada, é como se a autora nunca tivesse construído um bom personagem antes. Christian Grey faz o estereótipo do homem traumatizado na infância e que acaba transferindo estes traumas para o presente de uma forma sexual agressiva, não há muito o que comentar sobre ele. O que me indignou mesmo foi a construção do personagem de Anastásia que se envolve na relação de uma forma infantil e acaba assustada por não ter maturidade o bastante para resolver os problemas que estavam na frente dela mas eram adiados por conta do sexo animal que eles faziam.

Ok, as passagens sobre sexo eram boas. Mas não o suficiente para que eu deixasse de me sentir triste por um personagem feminino tão mal construído.

Eu não recomendaria este livro, não pretendo assistir o filme, que pelo que eu pesquisei é tão ruim quanto o livro. Também não pretendo ler os outros dois livros, apesar de ter ouvido falar que o "menos pior" é o último. Não vale a pena gastar tempo com a leitura de uma obra mal feita.

Nathaly M.
19/08/2015

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