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segunda-feira, 26 de abril de 2021

How much

Walking around the avenue, she wonders:
What did I do? Where did it go wrong?
Did I smile too much? Did I talk too much? Did I expect too much from him? Didn't I give enough of myself?
Should I shut up, be indifferent, be different, not be me anymore, a perfect sketch of a woman?
How many lines can I write before he gets bored and starts ignoring me?
How much more until he gives me crumbs of what I actually deserve?
How much more
until i respect me
as a
woman
again?

sábado, 17 de setembro de 2016

Touch

http://xxxsoulfulregretsxxx.deviantart.com/art/Holy-Blossom-I-212499623


A vida, às vezes, te dá um gostinho daquilo que você queria que ela fosse...
Vem tão rápido e tão intenso...
Você fica tão abobalhada, sem saber se é de verdade ou não; se é de comer, de cheirar, de sentir...
Quando menos se percebe, acaba. Você está se despedindo. Mas falando mentalmente: "Fica aqui, só mais um pouquinho".
Mas já era.
O que restou foi o cheiro,
o sabor,
a lembrança.
E, por fim, a saudade...

Nathaly M.
17/09/2016

domingo, 4 de outubro de 2015

Para o inferno com as estatísticas!

     - Esse filme é uma merda!
     - De onde você tirou essa ideia Vanessa?
     Será que ele sabia que não era do filme que ela estava falando? Bem, sabendo ou não, a discussão continuou:
     - É óbvio que esse filme é péssimo, Fabrício! Ou você realmente acha que as relações hoje em dia são assim?
     - Sim, eu acho! Não entendo como você consegue ser tão fria a ponto de não aceitar que existam relacionamentos significativos.
    O filme em questão era sobre um casal que, de início, não se dava bem e, com o tempo, se conheceram melhor, culminando em uma relação significativa, com direito a expressão sincera dos sentimentos de um para o outro. Ou seja, uma comédia romântica.
     E era exatamente isso que Vanessa não conseguia entender. Como, em qualquer cenário possível, isso poderia funcionar? Talvez ela não entendesse porque as estatísticas baseadas em sua própria experiência demonstravam o contrário. A quantidade de relacionamentos que ela vira falhar, tanto dela quanto de conhecidos, era absurda!
     Fabrício era o oposto do ser masculino atual: ele acreditava em romances. E daí que o casal do filme não se desse bem no início? Por que raios isso impediria uma futura felicidade? Ele simplesmente não entendia o pessimismo de Vanessa quanto ao amor.
    Os dois eram amigos de infância. Estudaram juntos, porém foram para áreas diferentes na faculdade; mas mantiveram contato. Ele de humanas, ela de exatas. Acho que o leitor já imagina o resultado dessa mistura não é?
      Ela desligou a TV e foi lavar a louça na cozinha, ainda irritada. Ele ficou na sala, pensando que se, de alguma forma, pudesse convencê-la a entender e aceitar que duas pessoas tão diferentes quanto os personagens do filme... Vamos falar sério agora; duas pessoas tão diferentes quanto eles dois, pudessem ter um relacionamento, talvez ele conseguisse fazer com que ela o visse diferente. Não com os óculos da friendzone.
     Vanessa esfregava o prato com tanta raiva que havia espuma cobrindo toda a pia. Mas será que o Fabrício é tão bobo quanto era quando criança? Eu o chama para ver um filme. Daqueles aos quais não há necessidade de se prestar atenção, porque qualquer idiota já sabe o final; e ele simplesmente resolve discutir a dialética do romance em vez de notar que estou bem ao seu lado, totalmente produzida para um cinema em casa que, claramente, era um pretexto para ficarmos a sós!


segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Hungry

Você me devora.
Ainda não sabe, mas me consome dia e noite.
Meus pensamentos, meus sonhos.
E ao sentir tuas garras e teus dentes na carne macia do meu desejo, percebo que tenho fome de ti.
Noto que aquela ânsia que me faz ofegar no meio de uma tarde quente é o mero resultado dos momentos em que imagino minha pele na tua.
O suor escorrendo pela minha testa, o gosto salgado em meus lábios.
Tua respiração quente em meu ouvido, me morde.
Eu apenas sussurro: Exista... 

Nathaly M. 
02/08/2015

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Cidade natal, lembranças remoídas e tédio, muito tédio.

                     E chega novamente aquela época do ano, aquela que eu não posso evitar: rever aquela cidade onde cresci, na qual vivi minhas emoções de criança e adolescente. Sabe quando você está “crescidinho” e percebe que não sente nenhum pouco de vontade de chegar a um lugar cheio de pessoas que vivem pra fazer você lembrar coisas há muito já esquecidas? Pois então, assim estava eu.
                Durante a longa viagem a caminho eu já sabia o que me aguardava: a procissão de parentes e amigos da família com as mesmas perguntas a cada ano e eu sem poder mudar a resposta, por que até hoje nada mudou. Devia haver um decreto, alguma lei em que certas perguntas de parentes fofoqueiros só pudessem ser feitas uma vez na vida, nem mais, nem menos. Ou alguma lei em que pessoas da língua venenosa só pudessem aparecer e destilar sua peçonha uma vez a cada visita que você fizesse à cidade natal, para que a vítima tivesse tempo de se recuperar até a próxima visita.
                Mas, meus caros amigos, é obvio que a realidade é outra, é dura, seca, necessitada de sugar toda tranquilidade da alma, perfeita descrição de “comadre Chiquinha”, vamos utilizar este como pseudônimo geral para vizinhas, parentes, comadres, desconhecidos que nada tem a ver com sua vida e mesmo assim nela se intrometem como se fossem da família.
                Renova-se a procissão com a mesma ladainha: Como está fulana? Já tem namorado? Noivo? Nenhum paquerinha? Quando volta a morar aqui? Já se formou? Ah¹ A cicrana já está de aliança na mão e filho na barriga e você? Não pensa em ter o seu? Não, seus abutres! 
                Como se fosse possível que a qualidade de vida de uma pessoa dependesse unicamente do fato de se ter alguém, de ter um namoradinho para exibir a estas velhas secas, de baba venenosa a escorrer, prontas a botar um defeito em qualquer um que você viesse a apresentar, que este era pobre, ou afeminado, ou muito alto ou muito baixo, ou o raio que o parta.
                Uma cidade em que não há absolutamente nada para se fazer, eu tive de trazer muitos livros e a todos já devorei, tamanho era o tédio a consumir minha mente. E o tédio no seu vazio, só me trazia as lembranças, lembranças doces de um tempo em que eu acreditava em sentimentos tolos. A tristeza de saber que a cada passo dado, em cada esquina vejo uma lembrança desse tempo bom. E a visão do objeto da alegria dessas memórias, completamente diferente, nunca mais meu, para sempre fora do meu alcance...
                E eu eternamente a querer me distanciar deste mundo de tédio e lembranças indesejadas, não mais pertenço a ele ou pelo menos desejaria que meu coração pensasse o mesmo.
Nathaly M.

26 de julho de 2015.

terça-feira, 25 de março de 2014

Sou Homem

Texto simplesmente perfeito sobre os estereótipos de gênero! Audacioso com base na simplicidade e clareza dos pontos abordados.
"Sou homem.
Quando nasci, meu avô parabenizou meu pai por ter tido um filho homem. E agradeceu à minha mãe por ter dado ao meu pai um filho homem. Recebi o nome do meu avô.
Quando eu era criança, eu podia brincar de LEGO, porque "Lego é coisa de menino", e isso fez com que minha criatividade e capacidade de resolver problemas fossem estimuladas.
Ganhei lava-jatos e postos de gasolina montáveis da HotWheels. Também ganhei uma caixa de ferramentas de plástico, para montar e desmontar carrinhos e caminhões. Isso também estimulava minha criatividade e desenvolvia meu raciocínio, o que é bom para toda criança.
Na minha época de escola, as meninas usavam saias e meus amigos levantavam suas saias. Dava uma confusão! E então elas foram proibidas de usar saias. Mas eu nunca vi nenhum menino sendo realmente punido por fazer isso, afinal de contas "Homem é assim mesmo! Puxou o pai esse danadinho" - era o que eu ouvia.
Em casa, com meus primos, eu gostava de brincar de casinha com uma priminha. Nós tínhamos por volta de 8 anos. Eu era o papai, ela era a mamãe e as bonecas eram nossas filhinhas. Na brincadeira, quando eu carregava a boneca no colo, minha mãe não deixava: "Larga a boneca, Juninho, é coisa de menina". E o pai da minha priminha, quando via que estávamos brincando juntos, de casinha, não deixava. Dizia que menino tem que brincar com menino e menina com menina, porque "menino é muito estúpido e, principalmente, pra frente". Eu não me achava estúpido e também não entendia o que ele queria dizer com "pra frente", mas obedecia.
No natal, minha irmã ganhou uma Barbie e eu uma beyblade. Ela chorou um pouco porque o meu brinquedo era muito mais legal que o dela, mas mamãe todo ano repetia a gafe e comprava para ela uma boneca, um fogãozinho, uma geladeira cor-de-rosa, uma batedeira, um ferro de passar.
Quando fiz 15 anos e comecei a namorar, meu pai me comprou algumas camisinhas.
Na adolescência, ninguém me criticava quando eu ficava com várias meninas.
Atualmente continua assim.
Meu pai não briga comigo quando passo a noite fora. Não fica dizendo que tenho que ser um "rapaz de família". Ele nunca me deu um tapa na cara desconfiado de que passei a noite em um motel.
Ninguém fica me dando sermão dizendo que eu tenho que ser reservado e me fazer de difícil.
Ninguém me julga mal quando quero ficar com uma mulher e tomo a iniciativa.
Ninguém fica regulando minhas roupas, dizendo que eu tenho que me cuidar.
Ninguém fica repetindo que eu tenho que me cuidar porque "mulher só pensa em sexo".
Ninguém acha que minhas namoradas só estavam comigo para conseguir sexo.
Ninguém pensa que, ao transar, estou me submetendo à vontade da minha parceira.
Ninguém demoniza meus orgasmos.
Nunca fui julgado por carregar camisinha na mochila e na carteira.
Nunca tive que esconder minhas camisinhas dos meus pais.
Nunca me disseram para me casar virgem por ser homem.
Nunca ficaram repetindo para mim que "Homem tem que se valorizar" ou "se dar ao respeito". Aparentemente, meu sexo já faz com que eu tenha respeito.
Quando saio na rua ninguém me chama de "delícia".
Nenhuma desconhecida enche a boca e me chama de “gostoso” de forma agressiva.
Eu posso andar na rua tomando um sorvete tranquilamente, porque sei que não vou ouvir nada como “Larga esse sorvete e vem me chupar”. Eu posso até andar na rua comendo uma banana.
Nunca tive que atravessar a rua, mesmo que lá estivesse batendo um sol infernal, para desviar de um grupo de mulheres num bar, que provavelmente vão me cantar quando eu passar, me deixando envergonhado.
Nunca tive que fazer caminhada de moletom porque meu short deixa minhas pernas de fora e isso pode ser perigoso.
Nunca ouvi alguém me chamando de “Desavergonhado” porque saí sem camisa.
Ninguém tenta regular minhas roupas de malhar.
Ninguém tenta regular minhas roupas.
Eu nunca fui seguido por uma mulher em um carro enquanto voltava para casa a pé.
Eu posso pegar o metrô lotado todos os dias com a certeza que nenhuma mulher vai ficar se esfregando em mim, para filmar e lançar depois em algum site de putaria.
Nunca precisaram criar vagões exclusivamente para homens em nenhuma cidade que conheço.
Nunca ouvi falar que alguém do meu sexo foi estuprado por uma multidão.
Eu posso pegar ônibus sozinho de madrugada.
Quando não estou carregando nada de valor, não continuo com medo pelo risco ser estuprado a qualquer momento, em qualquer esquina. Esse risco não existe na cabeça das pessoas do meu sexo.
Quando saio à noite, posso usar a roupa que quiser.
Se eu sofrer algum tipo de violência, ninguém me culpa porque eu estava bêbado ou por causa das minhas roupas.
Se, algum dia, eu fosse estuprado, ninguém iria dizer que a culpa era minha, que eu estava em um lugar inadequado, que eu estava com a roupa indecente. Ninguém tentaria justificar o ato do estuprador com base no meu comportamento. Eu serei tratado como VÍTIMA e só.
Ninguém me acha vulgar quando faz frio e meu “farol” fica “aceso”.
Quando transo com uma mulher logo no primeiro encontro sou praticamente aplaudido de pé. Ninguém me chama de “vagabundo”, “fácil”, “puto” ou “vadio” por fazer sexo casual às vezes.
99% dos sites de pornografia são feitos para agradar a mim e aos homens em geral.
Ninguém fica chocado quando eu digo que assisto pornôs.
Ninguém nunca vai me julgar se eu disser que adoro sexo.
Ninguém nunca vai me julgar se me ver lendo literatura erótica.
Ninguém fica chocado se eu disser que me masturbo.
Nenhuma sogra vai dizer para a filha não se casar comigo porque não sou virgem.
Ninguém me critica por investir na minha vida profissional.
Quando ocupo o mesmo cargo que uma mulher em uma empresa, meu salário nunca é menor que o dela.
Se sou promovido, ninguém faz fofoca dizendo que dormi com minha chefe. As pessoas acreditam no meu mérito.
Se tenho que viajar a trabalho e deixar meus filhos apenas com a mãe por alguns dias, ninguém me chama de irresponsável.
Ninguém acha anormal se, aos 30 anos, eu ainda não tiver filhos.
Ninguém palpita sobre minha orientação sexual por causa do tamanho do meu cabelo.
Quando meus cabelos começarem a ficar grisalhos, vão achar sexy e ninguém vai me chamar de desleixado.
A sociedade não encara minha virgindade como um troféu.
90% das vagas do serviço militar são destinadas às pessoas do meu sexo. Mesmo quando se trata de cargos de alto escalão, em que o oficial só mexe com papelada e gerência.
Se eu sair com uma determinada roupa ninguém vai dizer “Esse aí tá pedindo”.
Se eu estiver em um baile funk e uma mulher fizer sexo oral em mim, não sou eu quem sou ofendido. Ninguém me chama de "vagabundo" e nem diz "depois fica postando frases de amor no Facebook".
Se vazar um vídeo em que eu esteja transando com uma mulher em público, ninguém vai me xingar, criticar, apedrejar. Não serei o piranha, o vadio, o sem valor, o vagabundo, o cachorro. Estarei apenas sendo homem. Cumprindo meu papel de macho alpha perante a sociedade.
Se eu levar uma vida putona, mas depois me apaixonar por uma mulher só, as pessoas acham lindo. Ninguém me julga pelo meu passado.
Ninguém diz que é falta de higiene se eu não me depilar.
Ninguém me julgaria por ser pai solteiro. Pelo contrário, eu seria visto como um herói.
Nunca serei proibido de ocupar um cargo alto na Igreja Católica por ser homem.
Nunca apanhei por ser homem.
Nunca fui obrigado a cuidar das tarefas da casa por ser homem.
Nunca me obrigaram a aprender a cozinhar por ser homem.
Ninguém diz que meu lugar é na cozinha por ser homem.
Ninguém diz que não posso falar palavrão por ser homem.
Ninguém diz que não posso beber por ser homem.
Ninguém olha feio para o meu prato se eu colocar muita comida.
Ninguém justifica meu mau humor falando dos meus hormônios.
Nunca fizeram piadas que subjugam minha inteligência por ser homem.
Quando cometo alguma gafe no trânsito ninguém diz “Tinha que ser homem mesmo!”
Quando sou simpático com uma mulher, ela não deduz que “estou dando mole”.
Se eu fizer uma tatuagem, ninguém vai dizer que sou um “puto”.
Ninguém acha que meu corpo serve exclusivamente para dar prazer ao sexo oposto.
Ninguém acha que terei de ser submisso a uma futura esposa.
Nunca fui julgado por beber cerveja em uma roda onde eu era o único homem.
Nunca me encaixo como público-alvo nas propagandas de produtos de limpeza.
Sempre me encaixo como público-alvo nas propagandas de cerveja.
Nunca me perguntaram se minha namorada me deixa cortar o cabelo. Eu corto quando quero e as pessoas entendem isso.
Não há um trote na USP que promove minha humilhação e objetificação.
A sociedade não separa as pessoas do meu sexo em “para casar” e “para putaria”.
Quando eu digo “Não” ninguém acha que estou fazendo charme. Não é não.
Não preciso regrar minhas roupas para evitar que uma mulher peque ou caia em tentação.
As pessoas do meu sexo não foram estupradas a cada 40 minutos em SP no ano passado.
As pessoas do meu sexo não são estupradas a cada 12 segundos no Brasil.
As pessoas do meu sexo não são estupradas por uma multidão nas manifestações do Egito.
Não minimize uma dor que você não conhece."
(Camila Oliveira Dias).

terça-feira, 4 de março de 2014

O rouxinol e a rosa

Li essa fábula pela primeira vez quando tinha mais ou menos 10 anos. Não me lembro de ter chorado tanto e, ainda, saber exatamente o motivo de meu choro na infância como quando li esse texto. É uma linda metáfora mesmo na sua representação dos extremos de interesse financeiro e amores frustrados. Nathaly M.
 
"Ela disse que dançaria comigo se eu lhe trouxesse rosas vermelhas", exclamou o jovem Estudante, "mas em todo o meu jardim não há nenhuma rosa vermelha."

Do seu ninho no alto da azinheira, o Rouxinol o ouviu, e olhou por entre as folhas, e ficou a pensar.

"Não há nenhuma rosa vermelha em todo o meu jardim!", exclamou ele, e seus lindos olhos encheram-se de lágrimas. "Ah, nossa felicidade depende de coisas tão pequenas! Já li tudo que escreveram os sábios, conheço todos os segredos da filosofia, e no entanto por falta de uma rosa vermelha minha vida infeliz."

"Finalmente, eis um que ama de verdade", disse o Rouxinol. "Noite após noite eu o tenho cantado, muito embora não o conhecesse: noite após noite tenho contado sua história para as estrelas, e eis que agora o vejo. Seus cabelos são escuros como a flor do jacinto, e seus lábios são vermelhos como a rosa de seu desejo; porém a paixão transformou-lhe o rosto em marfim pálido, e a cravou-lhe na fronte sua marca."

"Amanhã haverá um baile no palácio do príncipe", murmurou o jovem Estudante, "e minha amada estará entre os convidados. Se eu lhe trouxer uma rosa vermelha, ela há de dançar comigo até o dia raiar. Se lhe trouxer uma rosa vermelha, eu a terei nos meus braços, e ela deitará a cabeça no meu ombro, e sua mão ficará apertada na minha. Porém não há nenhuma rosa vermelha no meu jardim, e por isso ficarei sozinho, e ela passará por mim sem me olhar. Não me dará nenhuma atenção, e meu coração será destroçado."

"Sim, ele ama de verdade", disse o Rouxinol. "Aquilo que eu canto, ele sofre; o que para mim é júbilo, para ele é sofrimento. Sem dúvida, o Amor é uma coisa maravilhosa. É mais precioso do que as esmeraldas, mais caro do que as opalas finas. Nem pérolas nem romãs podem comprá-lo, nem é coisa que se encontre à venda no mercado. Não é possível comprá-lo de comerciante, nem pesá-lo numa balança em troca de ouro".

"Os músicos no balcão", disse o jovem Estudante, "tocarão seus instrumentos de corda, e meu amor dançará ao som da harpa e do violino. Dançará com pés tão leves que nem sequer hão de tocar no chão, e os cortesãos, com seus trajes coloridos, vão cercá-la. Porém comigo ela não dançará, porque não tenho nenhuma rosa vermelha para lhe dar." E jogou-se na grama, cobriu o rosto com as mãos e chorou.

"Por que chora ele?", indagou um pequeno Lagarto Verde, ao passar correndo com a cauda levantada.

"Sim, por quê?", perguntou uma Borboleta, que esvoaçava em torno de um raio de sol.

"Sim, por quê?", sussurrou uma Margarida, virando-se para sua vizinha, com uma voz suave.

"Ele chora por uma rosa vermelha", disse o Rouxinol.

"Uma rosa vermelha?", exclamaram todos. "Mas que ridículo!" E o pequeno Lagarto, que era um tanto cínico, riu à grande.

Porém o Rouxinol compreendia o segredo da dor do Estudante, e calou-se no alto da azinheira, pensando no mistério do Amor.

De repente ele abriu as asas pardas e levantou vôo. Atravessou o arvoredo como uma sombra, e como uma sombra cruzou o jardim.

No centro do gramado havia uma linda Roseira, e quando a viu o Rouxinol foi até ela, pousando num ramo.

"Dá-me uma rosa vermelha", exclamou ele, "que cantarei meu canto mais belo para ti".

Porém a Roseira fez que não com a cabeça.

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Sobre as (não) postagens e Feliz Ano Novo!

  Sim, eu sei que faz um baita longo tempo que eu não posto um texto, crônica, conto, opinião, nem um rabisco sequer. Não sei se há leitores que sintam falta deles, mas vou dizer uma coisa: eu sinto, muito mesmo!

Sinto falta de sentir as palavras fluírem da mente para o papel, do papel para o blog (sim, eu faço os manuscritos primeiro, nada como a sensação da escrita certo?). Ver um texto pronto, não importa o gênero, é como ver a si mesma, é poder ler-se e reler-se quantas vezes for possível e ver como você evolui ao longo do tempo ao rever suas criações mais antigas.

Então, dada a situação de extrema abstinência, vim dizer que voltarei a escrever e (tentarei) postar com mais frequência no blog.

Desejo a você, leitor que apesar de minha ausência ainda visita este blog, um Feliz Ano Novo, com tudo o que tem direito: alegria, saúde, paz, fé, conquistas, tudo mesmo!


Beijos e abraços,

Nathaly M.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Sou mulher, sou livre!

O conto original de Chapeuzinho Vermelho induz a história de um abuso sexual. Uma garota devorada na cama por um lobo. Nesse caso, o conto era usado para ensinar as meninas a não andarem sozinhas e tomarem cuidado com os lobos à espreita. Mais de 200 anos depois, as garotas continuam recebendo advertências para tomarem cuidado por onde andam e com o que vestem, para não chamarem a atenção dos ‘lobos’, enquanto que os garotos são incentivados a se portarem como garanhões.
Na história infantil, só outro homem (o caçador) é capaz de salvar a Chapeuzinho, reproduzindo uma visão patriarcal de mundo.
Chega de ensinar as meninas a não serem violentadas, vamos ensinar aos meninos a não violentarem!


Apoio à Marcha das Vadias que ocorreu dia 26 de Maio.

domingo, 1 de abril de 2012

One is the loneliest number

 Texto da Adorável Psicótica: Natália Klein.


Eu sei que deveria ser mais grata por tudo que a vida tem me dado, mas quer saber? A vida é uma cadela manca e raivosa. E se eu consegui alguma coisa até hoje foi porque tive que brigar muito pra tirar o naco de carne dos dentes dela.
Eu não estou feliz. Mentira. Estar parte do pressuposto de que algum dia eu já estive. E nunca houve esse dia. Pelo menos não um dia inteiro. Talvez algumas poucas horas. Mas como vocês já sabem, a vida é uma cadela.

Amanhã eu faço vinte e sete anos, estou atulhada de trabalho até o pescoço e sem absolutamente nenhuma vontade de comemorar. O que eu realmente queria fazer amanhã? Me teletransportar para um lugar bem longe, onde as pessoas saem na rua usando chapéu. Sem ser o México, tá? Eu ficaria ridícula de sombrero. Ou qualquer lugar sob o domínio do Taliban. Eles não têm muito senso estético para o design de chapéus. Vamos nos restringir aos países da Europa. A parte cinematográfica e chique da Europa.
Eu iria a Paris agora, não fosse pelo pequeno inconveniente de ter cinco projetos em andamento. Eu tenho cinco malditos projetos em andamento e nenhum convite para sair no fim de semana. Cinco raios de projetos em andamento e nenhum homem na minha cama.

Não me levem a mal, eu sei que minha cama é super frequentável. Eu sou super frequentável. O problema é esse resquício de crença que eu tenho nessa porcaria de - eu não acredito que vou dizer isso - amor. É um saco ter que admitir, mas eu espero encontrar alguém.
E quem é alguém? Alguém é uma entidade mitológica, que costuma aparecer algumas - poucas - vezes na vida de cada ser humano. Alguém pode estar em qualquer lugar, onde você menos imagina, inclusive aí do seu lado. Mas não adianta procurar muito, porque reza a lenda que alguém só aparece quando você menos espera. As histórias são muitas. Ouvi dizer que se você gritar "alguém" três vezes na frente do espelho, ele aparece e se casa com a sua melhor amiga.

Mas mesmo sabendo que essa pessoa mitológica não existe, eu me recuso a desapegar do conceito. Porque, apesar daquilo que eu finjo ser na maior parte do tempo, apesar do discurso cínico que eu costumo dar sobre a impossibilidade dos relacionamentos, eu continuo com os dedos cruzados, torcendo pelo dia em que alguém vai aparecer e me provar que eu estava errada.

Amanhã eu faço vinte e sete anos e tenho cinco projetos em andamento. São bons números, eu deveria querer comemorar. Mas a vida é uma cadela. E eu não estou feliz. Porque quando eu fecho os olhos e imagino o futuro, eu vejo a França, vejo chapéus, vejo projetos em andamento e quem sabe algumas horas felizes. Mas também vejo um número solitário que irá me acompanhar ao longo dos fins de semana, da mesa do restaurante até a minha cama.

Paciência. Talvez alguém seja ocupado demais para aparecer na vida de todos.

sábado, 31 de março de 2012

A afetividade torta

 Texto da psicótica Natália Klein


Acho que o maior problema dos relacionamentos contemporâneos é da ordem gastronômica. Da forma como eu vejo - e talvez esteja influenciada pela fome da madrugada - as pessoas são como grandes tortas de sabores variados. Algumas a gente bate o olho e já sabe que vai gostar, às vezes só pelo cheiro. Outras vezes, a gente segue a intuição e só depois descobre que é alérgico a nozes, ou pior, que a torta em questão curte sertanejo universitário.

Mas, ao contrário do que você possa estar pensando, o problema dos relacionamentos contemporâneos não reside no fato de que somos tortas gigantes. Tortas são bonitas e gostosas, na grande maioria das vezes - exceto nas festas de aniversário em escritórios no centro da cidade. A tristeza da coisa está na constatação de que estamos vivendo uma espécie de comidaaquilorização da afetividade. Isso significa que, devido a alta oferta de tortas no mercado, ninguém consegue se focar em apenas um sabor.

sábado, 17 de março de 2012

Felicidade, tomates podres e Tom Jobim

Da psicótica Natália Klein.

Nós somos claramente responsáveis pelas consequências das nossas atitudes. Como há duas semanas, quando me dei conta de que tinha guardado a conta de luz de dezembro e esquecido de pagar. Foram três horas vivendo na Era pré-Thomas Edison, em um dia cheio de textos deixados para a última hora.

Nós também somos responsáveis pelo que dizemos - e pelo que deixamos de dizer. Sou pentacampeã mundial na categoria falar coisas horríveis sem pensar. E, na maioria das vezes, o arrependimento vem durante o vômito de palavras inconsequentes, raramente acompanhado de um pedido de desculpas. Porque sou hexacampeã em orgulho idiota.
 
Nós somos responsáveis - ou pelo menos tentamos ser responsáveis - por uma lista infindável de obrigações morais. Não conseguimos nem nos livrar daqueles que cativamos. Como decretou Saint-Exupéry em "O Pequeno Príncipe", somos eternamente responsáveis por essa gente. E eu sei bem disso, pois não suporto a ideia de que exista alguém no mundo que não goste de mim.
A justificativa para todas essas responsabilidades, incluindo a de ficar magra, bem vestida, ter um emprego apaixonante e uma pessoa incrível para amar e ser amado, é chegar a algo próximo do que se considera "felicidade".
 
Mas será que, assim como nossas contas para pagar, nós somos os únicos responsáveis por nossa própria felicidade?
 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Apresentando: Adélia Prado

Com licença poética
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
- dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

Adélia Prado

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Felicidade Clandestina - Clarice Lispector

Todo o amor que se pode ter por um livro descrito em um conto.
Esse é um aperitivo de Clarice especialmente para vocês.


  Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como "data natalícia" e "saudade". 

  Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia. Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. 

sábado, 28 de janeiro de 2012

Botão de emergência

Acordou desnorteada, não sabia muito bem para onde sua vida estava seguindo. Esfregou os olhos, tentando entender tanto a noite mal-dormida quanto as novidades que não paravam de surgir. Foi à cozinha e preparou um café: amargo, mas com um gosto diferente do habitual, meio de surpresa, meio de medo do novo.

Pensar em tudo o que estava dando certo era estranho. Lembrou-se de C.L.: a felicidade tornara-se clandestina para si nos últimos tempos. Ser aprovada em duas universidades públicas era o sonho de qualquer mortal, mas Marie, no entanto, ainda estava apegada àquele desejo sem nexo. Estranho saber que havia sido aprovada para duas das áreas que mais gostava e, mesmo assim, não estivera feliz.

A vista do apartamento era promissora, o café ainda estava um pouco amargo. Procurou algumas torradas com presunto - melhorou um pouco. De pantufas, com aquela velha roupa de dormir, ainda despenteada,  começou a divagar sobre a situação:

domingo, 22 de janeiro de 2012

Um Apólogo - Machado de Assis

Nota: Quando li este texto pela primeira vez, tinha menos de 10 anos e já havia encontrado nele uma bela lição. A cada vez em que o leio de novo, ela - a lição - amadurece e torna-se mais firme.


Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?
- Deixe-me, senhora.
- Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
- Mas você é orgulhosa.
- Decerto que sou.
- Mas por quê?
- É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
- Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu, e muito eu?
- Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e mando...
- Também os batedores vão adiante do imperador.
- Você é imperador?
- Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana - para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha: 

domingo, 15 de janeiro de 2012

Sobre o BBB (Luís F. Veríssimo)

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. [...] Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.
[...] Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores) , carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados.
Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo santo dia.
Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.
Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).
Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.
O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!
Veja o que está por de tra$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.
Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores). Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.
Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.

Obs.: BBB* - Big Brother Brasil

( Luís Fernando Veríssimo

24 de Janeiro de 2011.

E então, concordam? Na minha opinião, Veríssimo está certo e deveríamos pensar um pouco a respeito; mas, como cada um tem direito de escolher ou não assistir, não cabe a mim tentar alterar os fatos.
Fonte 

P.S.: Essa foi minha escolha para a postagem de número 400 do blog! :}

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Sobre cravos e espinhas

Há quase dois anos, fiz um post sobre cravos no blog. Pois bem, fiz este novo post para esclarecer de vez o assunto. Naquela postagem, citei um dos tipos de cravos que existem, onde um aracnídeo - ou um ácaro, como queiram - que se alimenta de sebo adentra o folículo provocando esse cravo.

Para começo de conversa, vamos ver o que é Acne:  é uma doença da pele. A sua frequência é maior na adolescência, quando o nível elevado de hormônios sexuais causa o aumento da secreção de sebo pelas glândulas sebáceas, provocando o aparecimento de espinhas, bolhas e pontos negros (cravos) principalmente no rosto e nas costas.




Causas:
  • Alterações hormonais são responsáveis pela estimulação das glândulas sebáceas. Portanto, adolescentes, grávidas, flutuações hormonais por alterações no anticoncepcional, mulheres com ovário policístico e usuários de esteróides anabolizantes (leia: EFEITOS COLATERAIS DOS ESTERÓIDES ANABOLIZANTES) apresentam um risco maior de desenvolver acne.
  • Fatores genéticos contribuem para definir aqueles que apresentam maior ou menor reação a esse estímulo hormonal.
  • Substâncias e cosméticos a base de óleo podem favorecer o aparecimento da acne. Dê preferência à produtos à base de água, denominados produtos não comedogênicos.
  • Períodos de estresse psicológico parecem colaborar para um agravamento das lesões.

domingo, 1 de janeiro de 2012

O primeiro post de 2012

Olá pra você que se importa em ler esse humilde blog!
Um ano meio atribulado se passou, estamos aqui com outro, novinho em folha, para torná-lo o melhor possível (e impossível também, porque não?).
As postagens não são mais tão frequentes, mas - eu acredito - a qualidade delas têm melhorado substancialmente.
Não, eu não pretendo abandonar de vez este blog. Até porque é nele que encontro um descanso, que faço fluir tudo o que me incomoda em forma de palavras, vídeos, tirinhas, etc.
Desejo a você, leitor, o melhor dos anos, os mais bonitos sentimentos, as maiores relizações!
Um beijo,
Nathaly M.

P.S.: Para descontrair, aí vai uma tirinha de Ano Novo do fantástico Fábio Coala:


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

(Quase) Fazendo Compras

 Nunca havia percebido aquela loja antes, era estranha, peculiar: tinha uma fachada atraente (azul e branca), a porta era feita de vidro com bordas prateadas; acima da porta, uma placa de mármore branco trazia o nome: Felicidade. Resolveu entrar a fim de saber o que vendiam. Assim que entrou, um vendedor apareceu para atendê-la:
 - Bom dia! Seja bem vinda, vou ajudá-la a encontrar exatamente o que deseja.
  Totalmente aturdida e sem fôlego, ela se deixou levar por aquele vendedor. Enquanto andavam, ela o observava com curiosidade: tinha um porte elegante, cabelos escuros, olhos claros e expressivos, voz grave e máscula. Era difícil acreditar que alguém assim trabalhasse como um simples atendente.
 Voltou a atenção para os produtos, notou que não conseguia definir o tipo de produtos que a loja oferecia, mas gostava cada vez mais de estar lá. Olhando em volta, encontrou aquele vestido que procurava há semanas, viu também seu livro preferido, o qual nunca encontrava em nenhuma das livrarias. Então, pensou em testar o sujeito que lhe guiava:
 - Vocês têm aqui algum cd de Soul Music?
  - Claro, virando à esquerda a senhorita encontrará o melhor do gênero.
Era verdade, suas músicas preferidas estavam todas lá ao alcance das mãos. Cada vez mais surpresa, passava pelos corredores, observando as sessões anexas: sucesso pessoal, relacionamentos sólidos, amizades verdadeiras e tudo o que sempre desejou. Pensou até ter visto alguém há muito esquecido, mas achou absurdo demais para ser verdade. No entanto, à medida que encontrava o que queria, ficava infeliz, pois o dinheiro que possuía jamais seria suficiente para comprar tais coisas. Virou-se para o atendente e disse:
 - Olha, eu gostei muito dos produtos, mas não tenho dinheiro para comprá-los. Também estou atrasada para o trabalho, preciso ir.
O rapaz a olhou confuso e disse:
 - Mas você não precisa de dinheiro para obter esses produtos! Precisa apenas de força de vontade e auto-confiança.

Nathy M.