quarta-feira, 26 de março de 2014

Resenha: Decisões Extremas



http://www.aceshowbiz.com/still/00004910/extraordinary_measures10.html
Harrison Ford interpreta o Dr. Stonehill



     John Crowley é pai de dois filhos que possuem uma doença chamada Pompe que prejudica seus músculos causando uma distrofia. No início, a doença não é tão perceptível, mas com o tempo os músculos em geral são prejudicados gradualmente; sendo que, em sua fase terminal, os músculos responsáveis pela respiração e pelo sistema cardiovascular não têm força o suficiente para manter as funções vitais do indivíduo, causando sua morte ainda na infância.
   
    Desesperado com o destino, aparentemente, cada vez mais inevitável de seus filhos, John não desiste e começa a procurar por alguém que tenha a capacidade de ajudá-lo a reverter a situação. Pesquisando por arquivos, encontra a pesquisa desenvolvida por Robert Stonehill que consiste em uma enzima que melhora a função e capacidade dos músculos exatamente na fonte do problema da doença de Pompe. Apesar de ser um tiro no escuro, depois de muitas ligações não atendidas, John dirige até a cidade em que o pesquisador mora e expõe seu problema, oferecendo ajuda para desenvolver a pesquisa de Robert, incluindo a parte financeira e apoio de um laboratório. 

      A mulher e os filhos de John enchem-se de esperanças ao conhecer o pesquisador que teve a idéia e a elaboração da possível cura dos pequenos. Após uma longa jornada de busca por apoio, doações, burocracia, impasses de questões de pesquisa (ética, processo, material, vieses etc.) e questões pessoais (conflito de interesses, pressões por parte de John ao pesquisador para acelerar a obtenção de resultados), John consegue fazer com que a pesquisa comece a ser desenvolvida e recarrega suas esperanças, cada vez mais certo de que logo terá sua filha com a saúde revigorada. 

   Este filme nos faz refletir sobre diversas questões quando se trata de doenças terminais: até quando devemos levar o pensar científico e ignorar a realidade das pessoas que sofrem com determinada doença em nome da objetividade da pesquisa? Até onde podemos agir por desespero em nome da sobrevivência de alguém que se ama? Essas e outras perguntas são exploradas dentro deste filme emocionante. Também podemos ver na filha de John, Megan, como mesmo as crianças com seu suposto desconhecimento dos problemas da vida, podem acabar lidando com os problemas de saúde muito melhor que adultos. Talvez até porque suas mentes e seus sentimentos ainda não foram tomados pelos sentimentos turvos advindos com os problemas e responsabilidades da vida adulta.

Nathaly M.

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