domingo, 29 de junho de 2014

Millennium: A menina que brincava com fogo


Depois que eu terminei o segundo livro da trilogia, não me segurei e comprei os dois outros filmes da trilogia! Gente, o segundo livro conseguiu superar e muito o primeiro. Tem mais ação, mais suspense, mais tudo.

Neste livro, Lisbeth Salander está milionária, nadando em dinheiro depois de ter feito uma pequena transferência no seu último trabalho, que foi em parceria com Mikael. Passou uma temporada viajando pelo mundo, até em praias do Caribe. Fez algumas mudanças no corpo, mas não deixou de ser ela mesma em nenhum momento. Continua a mesma e adorável pessoa extraordinariamente inteligente, com memória fotográfica e muita habilidade com computadores.

Sua paz acaba quando ocorre o assassinato de dois amigos de Mikael - Dag Svenson e Mia Bergman - que estavam trabalhando em uma grande matéria sobre o tráfico de mulheres e prostituição. Acontece que, no local do crime, foi encontrada uma arma que pertencia ao tutor de Lisbeth - Nils Bjurman - que possui as digitais da garota, indicando claramente que ela fora autora dos dois assassinatos e, ainda por cima, é culpada por outro assassinato que foi descoberto pouco tempo depois.

Mikael não acredita de forma alguma que Lisbeth seja culpada pelos crimes e inicia imediatamente uma grande investigação em busca do verdadeiro culpado. O que dificulta seus planos é que ele não vê Salander há um bom tempo, pois ela cortou sua relação sem nenhuma explicação há mais ou menos um ano. Desde então, Blomkvist tenta falar com ela sem obter nenhum sucesso. Depois de muito tentar, os dois conseguem entrar em contato.

No entanto, a polícia está em busca de Lisbeth para ouvir o que ela tem a dizer. Mas não há a menor possibilidade dela conversar com as autoridades. Ao longo da busca por Salander, várias pessoas envolvidas jurídicamente com Lisbeth dão depoimentos que reforçam a opinião pública de que ela é uma psicopata altamente agressiva e que representa um grande risco para a sociedade. Tudo isso aconteceu depois de Todo o Mal, que é como Lisbeth se refere a um acontecimento que determinou o rumo de sua vida, inclusive de sua internação em um hospital psiquiátrico e a declaração de que ela é incapaz e precisa de um tutor.

Isso apenas sustenta sua opinião de que não dá para confiar em autoridades, o que a leva a buscar justiça com suas próprias mãos. Lisbeth tem certeza de que seu grande inimigo Alexander Zalachenko está envolvido de alguma forma com tudo de ruim que está acontecendo a ela recentemente. Ela está indo em seu encalço, não importa o quão perigo ele seja. Zalachenko mostra ser um personagem tão intrigante quanto Lisbeth, quem ler o livro vai saber o porquê.

Até agora, o segundo mostrou-se o melhor dos dois livros. Uma busca implacável, elétrica e emocionante por Lisbeth, um ex-espião russo (Zalachenko) e seus aliados, policiais bons e policiais ruins, Organizações secretas da Suécia. Lisbeth não está sozinha desta vez, tem a ajuda de Mikael, Erica, Mimmi (sua amiga com benefícios), Paolo Roberto (um boxeador), Bublanski (policial local) entre outros.

Nesse segundo livro, conseguimos descobrir mais sobre a vida de Lisbeth e o que há por trás de seus olhos inexpressivos e seu silêncio impassível.

Nathaly M.

Millennium - Os homens que não amavam as mulheres


Millennium é uma trilogia sueca do autor Stieg Larsson, os três livros giram em torno dos temas violência sexual, tráfico de mulheres e pirataria cibernética.
Decidi começar a ler esses livros depois que vi o filme que um amigo me emprestou, vi o primeiro na versão sueca - na versão sueca há os filmes dos três livros, na americana há apenas o primeiro. Me apaixonei perdidamente pelos personagens Lisbeth Salander e Mikael Blomkvist.

Lisbeth é uma garota no mínimo diferente das outras, não se encaixa no padrão de beleza e bom comportamento da sociedade. Ela tem dificuldades em confiar nas pessoas em geral, especialmente as autoridades, pois todas as vezes em que tentou confiar em alguma acabou se prejudicando ainda mais. Para se tornar um pouco próximo dela é necessário um grande esforço. Mesmo sendo um pouco próximo, não há garantias de que você vá saber realmente algo sobre a vida dela, a maioria apenas deve se contentar com sua companhia.

Ela também é incrivelmente inteligente, possui memória fotográfica e muita habilidade com computadores - é uma hacker internacionalmente conhecida pelo pseudônimo Wasp (vespa), apelido que é explicado no segundo livro.

Já Mikael Blomkvist é meio que o oposto complementar de Lisbeth. Ele é jornalista da revista mensal Millennium que se ocupa em desmascarar grandes fraudes financeiras e políticas de grandes empresas ou organizações governamentais. Mikael é uma ótima pessoa, de conversa fácil e muito charmoso e conquistador. É muito fácil tornar-se seu amigo. Ao conhecer Lisbeth, depois que ela faz uma investigação sobre ele para a empresa em que trabalha - Milton Security, Mikael fica intrigado com o jeito de ser desta mulher que aparenta, fisicamente, ser uma adolescente.

Nesta trama, Mikael está envolvido em um grande escândalo por causa de uma de suas reportagens. No meio de todas a confusão ele é contratado por um grande empresário para investigar e solucionar um caso antigo de assassinato que envolve uma família cheia de segredos internos e ódio explícito e declarado dos familiares entre si. É durante esta investigação que Mikael conhece Lisbeth e acaba contratando-a para ajudá-lo na investigação.

É de longe a melhor trilogia que já li. É uma história muito envolvente, você não consegue largar o livro, pois fica cada vez mais e mais interessante. Durante o decorrer da história outras pessoas ajudam os personagens, como Erika Berger (caso antigo de Mikael, que é envolvida com ele e com o marido que sabe da relação entre os dois e não tem problemas com isso), Henrik Vanger (homem que contratou Mikael para a investigação), Dragan Armanskij (chefe da Lisbeth).

Não deixe de ler!

Nathaly M.

domingo, 25 de maio de 2014

Boneco de Neve - Jo Nesbo

   O livro é essencialmente sobre uma perseguição policial que dura mais de 20 anos. Inicia-se com um flhasback. O primeiro assassinato do assassino intitulado Boneco de Neve. Sua marca característica é fazer um boneco de neve em frente à casa de suas vítimas, que são geralmente mulheres, bonitas e com filhos.

   O assassino é alvo incessante de buscas durante os anos 80, especialmente por um famoso detetive de Oslo, chamado Gert Rafto. Após dois assassinatos de mulheres, o inspetor some e somos levados de volta ao anos 2000, quando o assassino em série resurge.

   O melhor inspetor da delegacia, Harry Hole, está desanimado, pois sua vida nçao anda bem. É um alcóolatra incurável, assim como Rafto. Está separado da mulher Rakel, que ainda aparece ocasionalmente para uma recaída, embora esteja envolvida e morando com Mathias, um médico da cidade. Harry também encontra-se interessado pela mais nova aquisição na equipe da divisão de Homicídios: Katrine Bratt, uma detetive inteligente e autoconfiante que é designada para trabalhar com ele.

   Os assasinatos do Boneco de Neve reaparecem quando uma mulher é raptada, após sair de casa no meio da noite. Seu filho Jonas, olha pela janela e vê a estranha figura de um boneco com uma cartola e seu sorriso sinistro em um fundo branco. O boneco está usando o cachecol da mãe. Harry Hole recebe uma carta do criminoso e a busca se inicia.

Madame Bovary - Gustave Flaubert


      Madame Bovary é um grande clássico do Realismo. Conta-nos a história de uma jovem na França, chamada Emma que, como muitas outras, tem a ilusão burguesa de uma vida de contos de fadas, cheia de romances e emoções. Charles Bovary é o típico homem burguês, preocupado apenas com seu trabalho (como médico) e com a família. Ele era casado com outra mulher e, ao fazer uma visita de consulta ao pai de Emma, apaixona-se por seu jeito meigo e sua beleza singular.

     Algum tempo depois, a esposa atual de Charles morre e, não muito tempo depois, ele casa-se com Emma. Seu amor por ela é interminável. Emma, de início, estava apaixonada por Charles e pela vida de luxo e de convívio com a alta sociedade que o casamento lhe proporcionaria. Infelzmente, Emma não se viu feliz ao cair na rotina do casamento.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

domingo, 11 de maio de 2014

Happy Mother's Day!

http://martasyrko.deviantart.com/art/mother-282194193
"Mãe é aquela estrutura que parece pequena por um tempo mas que tem o eixo exato para te manter em perfeito equilíbrio". (Nathaly M.)

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Por que não se usa branco após o Dia do Trabalho nos EUA?

Sempre tive vontade de saber por que não se pode usar branco aapós o Dia do Trabalho nos EUA. Eis a "razão":


É uma regra de moda nos EUA não vestir branco (não sapato branco, roupa branca de um modo geral) depois do Labor Day. Essa regra vem do fato que é mais ou menos essa data que marca o fim da estação quente e das roupas leves e claras.

Muita gente leva essa regra bastante a sério: branco é cor para se usar no verão e ponto. Eu pessoalmente acho que essa regra é antiquada e imagino que surgiu mais para homens, em relação a ternos e etc (que realmente, terno branco só se usava no calor mesmo. Hoje em dia, nem isso).

Em outro lugar, diz que também é algo histórico dos anos 20 em que somente as pessoas de classe média poderiam usar branco após o Dia do Trabalho.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Bloody Jill


   Jill is a wonderful girl. I mean, really, wonderful! She is the most perfect human been in the whole world. She has the highest scores on class, she is the prettier of the campus. She even does charity! But, as we all know, nobody is so perfectly made that doesn't have any secret.
  
 The reason for this incredible perfection is uncover the fact that Jill - who would thought about it? - is a psychopath. That's right. She doesn't feel anything: pity, sadness, happiness, love... This woman just does everything mechanically  planed for everybody think she is normal. 

http://katjafaith.deviantart.com/art/Psycho-123985549


sábado, 19 de abril de 2014

O Símbolo Perdido

"Não sabeis que sois deuses?"

   O Símbolo Perdido é, na minha humilde opinião, de longe o melhor livro do Dan Brown. De tirar o fôlego e deixar os olhares estáticos a cada linha, o autor envolve o leitor do começo ao fim. A temática, então, é surpreendente. Dan Brown, mais uma vez, consegue misturar passado e atualidade das formas mais inusitadas possíveis.

   Neste livro, temos nosso bom e velho Langdon como personagem principal de mais uma obra que envolve simbolismo. Os temas principais são: Maçonaria, Ciência Noética e a busca pela divindade interior do ser humano ao longo da história.
   
   Langdon está na tranquilidade de sua casa quando recebe o telefonema do assistente de seu grande amigo Peter Solomon, convidando-o  para dar uma palestra sobre o simbolismo maçônico em Washington D.C. no salão das Estátuas do Capitólio. Apesar de ser um convite inusitado e inoportuno, Langdon aceita o convite em consideração à sua amizade com Peter.

domingo, 13 de abril de 2014

http://gabbyd70.deviantart.com/art/Crazy-Eye-122835823

"A loucura não é ruptura com a humanidade, mas algo cuja verdade se esconde no interior da subjetividade humana". 
João A. Frayse-Pereira

TAG - Isso ou aquilo?

Essa é a segunda TAG do blog, foi sugerida pela Naty Rangel do blog Livros da Naty Rangel! Gostei muito de responder! ;* Sintam-se à vontade para responder também.

1) Áudio book ou livro?

Livro! Sempre o livro. :)


2) Capa dura ou mole?

Capa dura. Só tenho um: Ao farol - Virgínia Woolf (Ed. Bilíngue). Pretendo ter mais assim que o dinheiro resolver dar um oi. ;)


3) Ficção ou não-ficção?
Ficção. Mas gosto muito de não-ficção também.


4) Fantasia ou vida real?
Vida real, apesar dos defeitos, me traz uma sensação a mais.

5) Harry Potter ou Crepúsculo?
Harry Potter. Nunca li nenhum dos dois, mas me baseando nos filmes, escolho esse.

6) E-book ou livro físico?
Livro físico, nada como o cheirinho de livro novo.

7) Comprar ou pegar emprestado?
Comprar. Gosto da sensação de ter a história comigo.


8) Livro único ou série?
Livro único. Há poucas séries das quais gostei de verdade.


9) Livraria física ou online?
Livraria física.


10) Livro longo ou curto?
Longo. Sempre.

11) Drama ou ação?
AÇÃO! Não gosto de chorar lendo livro ou vendo filme mesmo.


12) Ler no seu canto ou tomando sol?
No meu canto, de preferencia quando está chovendo. :))


13) Chocolate quente, café ou chá?
Café, para me manter acordada. Chá também gosto muito. Chocolate só o sólido ou o cremoso, líquido não curto muito.


14) Ler resenha ou decidir por si?
Decidir por mim. Geralmente, eu leio a contracapa ou a orelha do livro.

domingo, 6 de abril de 2014

Dom Casmurro

"...Saí, supondo deixar a ideia em casa; ela veio comigo. Cá fora tinha a mesma cor escura, as mesmas asas trépidas, e posto avoasse com elas, era como se fosse fixa; eu a levava na rotina, não que me cobrisse as coisas externas, mas via-as através dela, com a cor mais pálida que de costume, e sem se demorarem nada". (M. de Assis)

   Este pequeno trecho do meu livro favorito de literatura brasileira resume bem a questão central da história: como uma mente obsessiva e pertinente pode enevoar a visão de alguém, levando esta ideia fixa a destruir toda a construção de uma vida que poderia ter sido imensamente feliz.

   Dom Casmurro é um romance do Realismo, do ano de 1900. Nele temos como personagens centrais Bento Santiago (Bentinho) e Capitolina (Capitu) que vivem um romance cheio de altos e baixos, caminhando com um amor avassalador desde a infância até a vida adulta. Como muitas pessoas sabem, houve uma minissérie da Rede Globo baseada na obra chamada: Capitu. Fez muito sucesso e,embora tenha gostado, considero ter ficado muito caricata, diminuindo-se características de personagens "importantíssimos", como diria José Dias, agregado na casa de Bento e grande cúmplice do amor do casal.

     Bentinho desde pequeno é loucamente apaixonado por aquela pequena de olhos grandes, verdes e curiosos que se chama Capitu. Ele é filho de D. Glória uma mulher de grandes virtudes e muito amorosa, o pai do menino já falecera quando sua aventura amorosa começou. Capitu é uma menina à frente do seu tempo, curiosa, inquisitiva, sempre espevitada; quer sempre estar atenta a tudo o que se passa à sua volta. É determinada, assim como foi seu amor por Bento. Ela sabia, em sua essência, que seria dele e de mais ninguém. Os dois vivem grudados por todos os lados, a fazer travessuras, a simular missas (explico essa parte mais à frente) ou simplesmente a encarar um ao outro naquela longa e silenciosa dialética das pessoas que se amam.

    Bentinho não era, na infância, um garoto bobo que se deixava levar por todas as vontades de Capitu como ficou explícito no programa. Ele tinha muitas ideias próprias e não hesitava em colocá-las em prática; como quando decidia colocar Capitu à prova com pequenos comentários para ver se esta sentiria sua falta ou se iria reclamar de alguma falta de carinho que ele dissimulava vez ou outra. Por outro lado, Capitu também não era tão manipuladora como foi colocado na minissérie. Como toda personagem feminina, ela é sedutora e sabe conseguir o que quer sendo persuasiva, mas também é insegura e amorosa com seu amado. Não hesita em lhe pedir desculpas quando está errada e em enchê-lo de beijos mesmo sem motivo aparente.

     Os obstáculos entre os dois são muitos. O primeiro (que é a explicação para a simulação das missas) é a decisão de D. Glória de colocar o menino no seminário, pois fez uma promessa de que, se o filho vivesse, ele seria dedicado à vida santa, junto aos padres e à igreja. Bento não quer de maneira alguma sair do lado de Capitu e estar condenado a ser comprometido somente com o clero. Os dois começam, então, a procurar todos os modos possíveis de se livrar da promessa feita pela mãe; desde pedir ajuda ao agregado da casa - que tem a palavra muito valorizada na família - até conseguir um substituto para o futuro padre.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Resenha: O primeiro aluno da classe




     Brad nasceu com a Síndrome de Tourette, uma doença neurológica que envia sinais indesejáveis  para seu cérebro e faz com que ele diga ou faça coisas involuntariamente. Ele não tem controle dos sons que produz e, quando se sente estressado, os sintomas pioram surgindo alguns tiques mais fortes, como “puxadas de pescoço”, mexer do braço, entre outros. Dede criança, quando ainda não havia muitas informações sobre a doença, ele tem sofrido com o preconceito de colegas de classe, professores e até mesmo diretores que não conseguem acreditar que Brad não consiga evitar fazer os sons que faz e atrapalhar a concentração dos colegas de turma. 

       Alguns deles até o forçaram a deixar a escola por que o menino estava impossível de se lidar, achavam que era apenas pertinência e petulância do garoto. Apesar de ter passado por vários médicos, inclusive psiquiatras, foi a mãe do garoto que buscou incansavelmente uma resposta. Ela precisava ao menos saber a causa, o nome, do que fazia com que seu filho sofresse tanto, até mesmo com o pai que não conseguia aceitar a deficiência do filho. Buscando em livros de Medicina, a mãe de Brad encontrou a síndrome que encaixava com todos os sintomas do filho: Tourette. 

    Depois disso, encontraram uma escola que o aceitasse, mas o sofrimento era o mesmo: mesmas chacotas, mesmas advertências, mais do mesmo. Até que um dia o diretor desta escola chama Brad ao palco depois de uma sessão da orquestra da escola (que, vale notar, ele não queria ir, por achar que seus tiques estragavam a música) em que o menino fez os mesmos barulhos de sempre. O diretor o chamou à frente e deixou que a própria criança explicasse o porquê de suas ações involuntárias. Tomado por uma grande admiração, desde esse dia, Brad decidiu ser professor e passar o conhecimento e a formação como cidadãos críticos através de suas aulas. Brad enfrenta, como previsto, uma série de dificuldades.

      Ninguém acredita que ele consiga ensinar com os barulhos que ele faz e seus tiques de movimentos. Mas Brad nunca deixou que sua companheira constante (Tourette) o vencesse, ao contrário, tornou-a sua maior aliada e um de seus argumentos como filosofia de ensino. O filme é comovente e nos mostra em suas diversas situações, como as pessoas tem dificuldade em se adaptar a situações que as deixam desconfortáveis e/ou incomodadas. Traz-nos a lição de que “Está tudo bem em ser diferente” e que essas diferenças acabam por fazer a maior diferença em nossas vidas, dependendo de como escolhermos lidar com elas.

Nathaly M.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Resenha: Decisões Extremas



http://www.aceshowbiz.com/still/00004910/extraordinary_measures10.html
Harrison Ford interpreta o Dr. Stonehill



     John Crowley é pai de dois filhos que possuem uma doença chamada Pompe que prejudica seus músculos causando uma distrofia. No início, a doença não é tão perceptível, mas com o tempo os músculos em geral são prejudicados gradualmente; sendo que, em sua fase terminal, os músculos responsáveis pela respiração e pelo sistema cardiovascular não têm força o suficiente para manter as funções vitais do indivíduo, causando sua morte ainda na infância.
   
    Desesperado com o destino, aparentemente, cada vez mais inevitável de seus filhos, John não desiste e começa a procurar por alguém que tenha a capacidade de ajudá-lo a reverter a situação. Pesquisando por arquivos, encontra a pesquisa desenvolvida por Robert Stonehill que consiste em uma enzima que melhora a função e capacidade dos músculos exatamente na fonte do problema da doença de Pompe. Apesar de ser um tiro no escuro, depois de muitas ligações não atendidas, John dirige até a cidade em que o pesquisador mora e expõe seu problema, oferecendo ajuda para desenvolver a pesquisa de Robert, incluindo a parte financeira e apoio de um laboratório. 

      A mulher e os filhos de John enchem-se de esperanças ao conhecer o pesquisador que teve a idéia e a elaboração da possível cura dos pequenos. Após uma longa jornada de busca por apoio, doações, burocracia, impasses de questões de pesquisa (ética, processo, material, vieses etc.) e questões pessoais (conflito de interesses, pressões por parte de John ao pesquisador para acelerar a obtenção de resultados), John consegue fazer com que a pesquisa comece a ser desenvolvida e recarrega suas esperanças, cada vez mais certo de que logo terá sua filha com a saúde revigorada. 

   Este filme nos faz refletir sobre diversas questões quando se trata de doenças terminais: até quando devemos levar o pensar científico e ignorar a realidade das pessoas que sofrem com determinada doença em nome da objetividade da pesquisa? Até onde podemos agir por desespero em nome da sobrevivência de alguém que se ama? Essas e outras perguntas são exploradas dentro deste filme emocionante. Também podemos ver na filha de John, Megan, como mesmo as crianças com seu suposto desconhecimento dos problemas da vida, podem acabar lidando com os problemas de saúde muito melhor que adultos. Talvez até porque suas mentes e seus sentimentos ainda não foram tomados pelos sentimentos turvos advindos com os problemas e responsabilidades da vida adulta.

Nathaly M.

terça-feira, 25 de março de 2014

Resenha: Mar Adentro


            Essa é minha primeira resenha que é publicada. Pretendo fazer de livros também, mas estou esperando o término da minha releitura de dois dos meus favoritos para "começar com chave de ouro" se me permitem o trocadilho.



        Ramón é tetraplégico, ficou nesta condição após dar um mergulho em águas rasas no mar e lesionar o pescoço, prejudicando uma de suas vértebras cervicais. Desde sua juventude está preso a uma cama, pois não utiliza sua cadeira de rodas. Diz que assim estaria aceitando sua condição de deficiente. Apesar de sua condição física, Ramón não deixou de fazer o máximo de atividades possíveis: pinta e escreve poemas com a boca, com ajuda de aparelhos adaptáveis; ajuda seu pai e sobrinho com consertos mecânicos ou de marcenaria ao dar-lhes conselhos; dá entrevistas na TV etc. 

    Porém, mesmo conseguindo lidar com seu atual estado de saúde, Ramón encontra-se cansado e frustrado, pois não suporta mais as inúmeras intervenções médicas nem as limitações impostas pela realidade atual. Ele considera que não pode sequer ser capaz de amar uma mulher, pois não poderia satisfazê-la em toda sua plenitude devido à sua deficiência. Há muito tempo, ele decidiu pôr fim ao seu sofrimento, recorrendo à eutanásia. no entanto, em seu país, a Espanha, essa prática não é legalizada e, dentre outros aspectos (psicológicos, biológicos, espirituais, morais e éticos), isto impõe uma série de obstáculos para que este homem consiga realizar sua vontade.

      Para mim, uma das melhores partes - além, é claro, dos argumentos muito bem elaborados por ramón para tomar sua decisão - é quando ele está sozinho em seu quarto. Por que? Porque quando está sozinho com seus pensamentos, sentindo saudades de sua grande paixão: o mar; Ramón se imagina, contra todas as leis biomédicas e físicas, levantando da cama, correndo e tomando impulso para saltar a janela e voar, isso mesmo, voar! Voando, ele atravessa uma das paisagens mais lindas da Espanha e reencontra sua antiga amante, a praia. Com sua areia branca e macia e seu mar azul, cintilante e, ao mesmo tempo, furiosamente belo.


       Outro momento marcante é a visita de um padre paralítico que tenta convencê-lo a desistir da ideia da morte a partir de seus dogmas religiosos. Ramón simplesmente rebate cada argumento levado pelo assistente do padre, que não pode subir as escadas porque sua cadeira não passa pela curva da escada, sendo o argumento sobre a santidade da vida, sobre sua dignidade, seus familiares, o sentimento deles em relação a ele assim como de seus amigos. Ramón o expulsa de casa e podemos ver na expressão do clérigo um olhar ao mesmo tempo de consternação e de abalo, um sentimento de quem acaba de ter seus princípios perturbados e que está repensando o que aprendeu por toda uma vida.


      Ramón, com seus argumentos, consegue que milhares de pessoas passem a refletir sobre a questão da eutanásia. As opiniões ficam divididas em duas, representadas em grande parte no filme pelas duas mulheres que surgem em sua vida neste momento tão crítico: uma advogada que luta a todo custo para que Ramón consiga ter autonomia sobre sua vida e uma mulher mis simples que o ama a tal ponto que decide reavivar seu desejo pela vida e tenta persuadi-lo a não por um fim nesta. 

     Este filme nos faz refletir sobre o que é certo ou errado quando se diz respeito à autonomia do paciente, não apenas como receptor de serviços de saúde, mas como pessoa, ser humano. Faz refletir sobre o quão longe podemos levar o sofrimento com base em questões jurídicas, morais/ espirituais e psicológicas. E, por último, nos faz refletir sobre o poder da humanidade com relação à vida: por que será que a vida (mesmo aquelas em que não há mais nada além de sofrimento, frustrações e cansaços) nos parece tão valiosa que, quando aparece alguém que sente que a sua perdeu esta qualidade, a decisão de não querê-la mais é extremamente inaceitável? É um filme que traz paradoxos impactantes e que, justamente por isso, vale muito a pena ser visto.

Nathaly M.