quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Cry

Era apenas mais um dia cinzento na sua vida monótona. Nada havia mudado desde o turbulento relacionamento que acabara há três anos. A angústia e a solidão consumiam seus pensamentos dia após dia. Não quero dizer que ela fosse um tipo depressivo 24h por dia, longe disso; os amigos a adoravam como companhia, era divertida, agradável. Daí podemos ver como as máscaras são eficientes.
No entanto, bastava chegar em casa depois do curso para que a tristeza viesse à tona. Tomava um banho, vestia um camisão e sentava-se em frente à tv para assistir algum seriado que estivesse passando. Na verdade, não assistia; o som da tv era apenas um recurso que utilizava para sentir-se menos solitária.
Passava horas divagando sobre sua infelicidade. Pensava em como todos traçavam um rumo interessante para a vida, enquanto ela continuava do mesmo jeito: uma sucessão de fracassos. Estava cada vez mais certa de que se desaparecesse ninguém notaria.
Havia meses que não derramava uma lágrima, isto a sufocava. Mas, enquanto estava pensando, uma voz soou em sua mente: - Por que se reprime tanto? Chore, esvazie! Foi então que um rio de lágrimas desceu daqueles olhos claros, como se toda uma represa tivesse sucumbido à força da água.
Nathy M.