segunda-feira, 26 de abril de 2021

How much

Walking around the avenue, she wonders:
What did I do? Where did it go wrong?
Did I smile too much? Did I talk too much? Did I expect too much from him? Didn't I give enough of myself?
Should I shut up, be indifferent, be different, not be me anymore, a perfect sketch of a woman?
How many lines can I write before he gets bored and starts ignoring me?
How much more until he gives me crumbs of what I actually deserve?
How much more
until i respect me
as a
woman
again?

domingo, 11 de abril de 2021

Crime e castigo (F. Dotoiévski)

Depois de 5 anos sem resenha, vim tirar a poeira desse blog, pois um livro me obrigou a isso. Não tive como não falar sobre, preciso colocar para fora todas as impressões.

"Ele é um homem inteligente, mas para agir de modo inteligente a inteligência sozinha não basta".

Crime e castigo, de Fiódor Dotoiévski, é um clássico mundialmente conhecido. Narra a história de Raskólnikov, um estudante de direito, porém com problemas financeiros, de saúde e muitas ideias de grandeza relacionadas a grandes líderes, como Napoleão.

No alto de seu desespero ante sua situação financeira, que o levava a ter de receber ajuda da mãe para sobreviver na cidade e pagar seus estudos, Raskólnikov decide assassinar uma senhora (agiota) com a qual havia penhorado alguns de seus objetos e, assim, tomar posse do seu dinheiro e buscar estabilidade e futuro na sua carreira. Essa é uma das suas justificativas para o crime: seu desespero.

Dotoiévski expõe de forma maestral o processo psicológico do crime principal do livro; traz em minúcias toda a angústia desde o começo - O que ele vai fazer agora que cometeu o crime? Onde vai esconder as provas? Há alguém que possa persegui-lo? Como justificar seus movimentos?

Mas, acima de tudo, Dotoievski entra a fundo na psique de um homem perturbado em sua mente e que decide cometer um crime motivado pelo desespero, mas principalmente pelas ideias que regem seu orgulho. Para Raskólnikov, há indivíduos que são extraordinários e que, por sua extraordinariedade, possuem permissão inata para transgredir as regras. Em um de seus devaneios, devido a sua paranoia entre estar ou não estar a ponto de ser descoberto pelo seu delito, o rapaz reflete que a maioria das pessoas não passam de piolhos e que indivíduos extraordinários têm o direito de dar passos que transgridem as regras da sociedade habitual, não podendo ser culpados por isso, pois suas ações, em sua essência, são racionais e fazem sentido geral, até beneficiando a sociedade apesar de serem imorais e criminosas.