quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Puta.


"Sou puta
Quando uso a boca vermelha
Meu salto agulha
E meu vestido preto.
Sou puta
Mordo no final do beijo
Não fico reprimindo desejo
E nem me escondo na aparência de menina.
Sou uma puta de primeira
Acordo às 6:30
Pego ônibus debaixo de chuva
Não dependo de salário de macho
E compro a pílula no final do mês.
Sou uma puta com P maiúsculo
Dispenso o compromisso
Opto pela independência
Não morro de amor
Acordo sozinha
Cresço sozinha
Vivo na minha
Bebo em um bar de esquina
Vomito no chão da cozinha.
Sou uma putinha
Passo a noite em seus braços
Mas não me prendo no laço
Que você quer me prender.
Sou puta
Você tem o meu corpo
Porque eu quis te dar
E quando essa noite acabar
Eu não vou te pertencer
E se de mim você falar
Eu não vou me importar
Porque um homem que não me faz gozar
Nunca terá meu endereço.
E não é gozo de buceta
É gozo de alma
É gozo de vida
É me fazer sentir amada
Valorizada
E merecida
E se de puta você me chamar
Eu vou agradecer.
Porque a puta aqui foi criada
Por uma puta brasileira
Que ralava pra sustentar os filhos
E sofria de racismo na feira
Foi espancada e desmerecida
E mesmo sofrida
Sorria o dia inteiro
Uma puta mulher ela foi
E puta também eu quero ser.
Porque ser mulher independente
Resolvida
Segura
Divertida
Colorida
E verdadeira
Assusta os homens
E os machos
Faz acontecer um alvoroço.
Onde já se viu mulher com voz?
Tem que ser prendada e educada
E se por acaso for "amada"
Tem direito de ser morta pelo parceiro
Cachorra adestrada pelo povo brasileiro
Sai pelada na revista
Excita
Dança
Bate uma
Cai de boca
Mama ele e os amigos
E depois vai ser encontrada num bueiro
Num beco
Estuprada
Porque tava de batom vermelho
Tava pedindo
Foi merecido
E se foi crime "passional"
Pobre do rapaz
Apaixonado estragou a própria vida.
Por isso que eu sou puta
Porque sou forte
Sou guerreira
Não sou reprimida
Nem calada
Sou feminista
Sou revoltada
Indignada
E sou rotulada assim
Como PUTA!
Então que eu seja puta
E não menos do que isso."

-Helena Ferreira

Achei aqui.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Resenha: Orgulho e Preconceito (Jane Austen)

Este é mais um livro cujo filme eu assisti antes da obra escrita. E, na minha opinião, o livro não perde em nada para o filme, só acrescenta.

Na Inglaterra do fim do século XVIII, uma mãe com cinco filhas (Elizabeth, Jane, Lydia, Kitty, Mary) luta para sobreviver com sua pouca renda. Ms. Bennet faz de tudo, tudo mesmo, para que  suas filhas consigam um casamento vantajoso e possam, futuramente, "tirar a família da lama".

Não que a situação da família seja miserável, ao contrário, eles têm uma casa de tamanho razoável e também tem servos, então não estão em uma situação tão ruim para a época.

Mas a ambição da Sra. Bennet faz com que ela esteja disposta a aceitar até o Mr. Collins como um pretendente maravilho para uma de suas filhas.
Mr. Bingley diz: That's hilarious!
Com a chegada de Mr. Bingley e seus amigos à cidade, Ms. Bennet entra em alvoroço. Não poderia haver oportunidade melhor para um casamento mais vantajoso para uma de suas filhas. Era preciso levá-las imediatamente ao baile para mostrar os seus encantos.

É nesse momento que a trama começa de fato. Jane e Bingley se apaixonam (acredite, isso não é nem de longe um spoiler); Mr. Darcy que também está no baile começa a demonstrar sua antipatia pelo povo da região e um leve desprezo por Elizabeth Bennet, que até então não o havia notado, mas ficou um pouco ofendida pelo seu desprezo.

A história segue com uma narrativa leve e bem trabalhada. É um ótimo livro para quem gosta de clássicos. Achei admirável o modo como Jane Austen conduz o enredo, fazendo perfeitamente a transição de completa da oposição entre os personagens principais:


... passando por conflitos de interesse, desentendimentos, ressentimentos e dúvidas:


Chegando ao final romântico, mas não meloso (Thanks God for this!), em que o orgulho e o preconceito são vencidos em prol de um sentimento maior:


A história tem vários personagens interessantes que vão cativar o leitor e tornar a trama mais interessante ao enriquecer o enredo com a relações de poder, ambição e mesquinhez da época. O livro traz mais detalhes do que o filme, como sempre; nele nós conseguimos descobrir outro fatos que influenciaram na história, algumas coisas acontecem de forma diferente e, claro, percebemos de forma mais evidente os sentimentos dos personagens.

Nathaly M.
23/11/2015

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Resenha: Jogos Vorazes (Suzanne Collins)

Como assim, eu ainda não tinha lido Jogos Vorazes???
Não, eu não tinha. Acho que, quando todo mundo começa a falar sobre alguma coisa, meu cérebro funciona ao contrário do da maioria das pessoas. Eu não gosto de experimentar uma coisa quando está no auge do sucesso, pois acabo criando muitas expectativas e elas podem não ser alcançadas.

Dito isto, vamos ao que interessa!

Eu amei. Sério. Eu ouvi de algumas pessoas que o filme era melhor que o livro. Eu sei que isso não é impossível, já vi filmes melhores que o livro, mas eu tinha que ver pra crer. Esse livro é um dos poucos que eu li depois do filme e, na minha opinião, o livro é melhor.

Sim, o filme tem as cenas de luta, emoção, efeitos especiais. Sim, tem os atores que fizeram muito bem seu papel. Mas o livro tem aquela coisa que só um ator muito, muito, mas muito talentoso mesmo pode conseguir: os pensamentos.

"...um dia vazio. É o tipo de dia em que não importa o quanto você coloque de comida no estômago, nunca será suficiente". (Katniss durante os Jogos)

Eu desafio você a me dizer qual foi a última vez em que você viu um filme e conseguiu saber exatamente o que o ator estava pensando só de ver a expressão em seus olhos. Isso, meus caros, um livro faz com perfeição.



Como a maioria deve saber, Jogos Vorazes se passa em Panem, ela é a "nação" que restou depois de muita guerra e devastação na América do Norte. Foi divida em 13 distritos e a Capital. Um dos distritos foi dizimado para que servisse de exemplo para que os outros não levantassem uma rebelião. E, para intimidar ainda mais, todos os anos a Capital realiza os Jogos Vorazes. Dois tributos (um masculino e um feminino) de cada distrito são sorteados para lutar até a morte na arena. O vencedor, às custas da morte de todos os outros, ganha o direito de viver na arena dos Vitoriosos e fica livre de participar em todas as outras edições dos jogos.

sábado, 14 de novembro de 2015

What kind of man (Florence and The Machine)



I was on a heavy tip
Trying to cross a canyon with a broken limb
You were on the other side, like always
Wondering what to do with life

domingo, 8 de novembro de 2015

Resenha: Joyland (Stephen King)


"Quando se trata do passado, todo mundo escreve ficção".
Você gosta de parques de diversão? Você já andou em um trem fantasma? Sentiu aquele frio na barriga? Não?!Então prepare-se! Joyland é perfeito para você que gosta de um suspense leve e curte esse ambiente de fantasia e maravilhas que é o do parque de diversão.

Eu não posso dizer que sou especialista em Stephen King, longe disso. Mas comparado com o último livro que li desse autor, Joyland é trilhões de vezes mais leve em matéria de terror e suspense. A história é sobre um rapaz no auge dos 21 anos que acaba de começar a faculdade e precisa de um emprego temporário nas férias. Devin fica encantado com a atmosfera de Joyland e decide trabalhar no local. Ele aprende as particularidades, o idioma secreto do parque e, principalmente se apaixona pelo lugar.

Ele e seus amigos (Erin e Tom) fizeram diversos trabalhos durante o tempo em que passaram por lá: cuidar da roda-gigante, vestir a fantasia, vender cachorro-quente etc. E ficaram íntimos dos funcionários mais antigos do parque que tinham a função de "mentores" dos novatos. Alguns eram simpáticos como Lane Hardy, outros nem tanto, como o Eddie Parks. Mas o dia-a-dia acabava compensando as dificuldades enfrentadas. O sorriso das crianças, a companhia dos colegas, as histórias do trem-fantasma.

Whaaat?