quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Confesso que tive medo

A noite estava escura, o vento balançava-me o cabelo. Há tempos não retornava aquele lugar. Tantos acontecimentos tinham se passado desde o acidente, nunca pensei que poderia ver aquele lugar novamente. Dois anos atrás, meu noivo e eu viajamos, algo como uma pré-lua de mel. Estávamos felizes, mal podíamos esperar para chegar no hotel no qual passaríamos horas inesquecíveis. Naquela noite chovia muito e mal conseguíamos ver a estrada. Então, de repente, um caminhão surgiu e, antes que pudéssemos fazer alguma coisa, o carro capotou, só eu sobrevivi.

Depois de todo esse tempo, eu retornei ao local mais triste da minha vida. Foi quando ouvi uma voz familiar que dizia: "Laura, é você?", eu estava paralisada de medo, aquela voz era a do meu noivo, que morrera há dois anos.
Alguns segundos depois, consegui balbuciar alguma palavras: "Jorge, você não devia estar aqui, você está morto!", ele me respondeu: "Há dois anos espero a sua volta, estive preso todo esse tempo, pois tinha uma pendência com você.", eu disse: "O que poderia estar pendente?", então sua imagem tremulou ao dizer: "No tempo em que estivemos juntos nunca disse o que sentia por você, planejava dizer quando chegássemos ao hotel. Finalmente você está aqui e eu posso dizer, eu te amo.", nesse instante ele desapareceu em meio a névoa. Confesso que tive medo.

Nathaly M.

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